quarta-feira, 21 de abril de 2010

COLAS

A goma de amido ou o “grude” de farinha de trigo, que é utilizada largamente em reparos e restaurações, embora seja reversível e não cause danos aos papéis, tem mostrado em climas quentes e úmidos a propensão para atrair microorganismos e insetos. Portanto se você puder optar entre ela e a cola metilam, escolha esta última que tem a vantagem de ser sintética e não atrair os microorganismos.

A cola mista ou misturinha, é um composto de partes iguais de cola metilam e cola branca,
tipo Cascorez ou outra similar( p v a ). Deve-se usar, para fazer essa mistura, a cola metilam cremosa ou na mesma consistência que a cola branca.

LIMPEZA MECÂNICA

2- com álcool e água
Para esse processo precisamos de um pincel largo ( mais ou menos 5cm ), álcool e água filtrada em filtro que neutralize o Ph ou água mineral sem gás ou água deionizada. Numa proporção de 50% de água e 50% de álcool com um borrifador umedecemos as 10 primeiras folhas, cuidando para não molhar muito, apenas umedecer, deixando depois o livro em pé e com as folhas que foram umedecidas entreabertas, num lugar arejado ou usamos o recurso do ventilador fraco e longe do livro, para evaporar e secar ,quando estiver seco repetimos o processo em mais 10 folhas e assim até terminar as folhas do livro. Talvez esse livro fique inchado, aí podemos coloca-lo na prensa, com o cuidado de protege-lo junto à prensa, com papel absorvente.

LIMPEZA MECÂNICA


1-com borracha ralada

Precisamos para esse trabalho borracha Tkplast da Faber Castel, um ralador e uma “boneca” feita com um chumaço de algodão envolvido num pequeno pedaço de murin. Ralamos a borracha e colocamos pequena porção sobre a folha que precisa ser limpa, com o auxilio da boneca vamos fazendo movimentos leves e circulares até aquela borracha que estamos usando ficar bem escura ou suja, retiramos essa borracha com a trincha e colocamos uma limpa, repetimos o processo anterior e assim sucessivamente até a borracha sair limpa. Esse processo é feito em todas as folhas que estiverem muito sujas e que com a trincha não conseguimos limpar.

terça-feira, 20 de abril de 2010

ANOTAÇÕES

Quando for necessário realizar anotações e números diretamente sobre os documentos, deve-se fazê-lo somente com lápis preto macio (grafite, 6b), sempre em local predeterminado (margem ou canto).

LUGAR ADEQUADO

Se houver condições, uma biblioteca poderá reservar uma sala ou um pequeno espaço para montar um laboratório básico onde poderão ser realizadas as pequenas intervenções como: higienização ou limpeza e consertos simples, de forma a manter o livro ou documento acessível ao usuário. Caso o objeto a consertar esteja muito danificado o mesmo deverá ser encaminhado ao profissional restaurador para sua competente intervenção.

MATERIAIS DISPONÍVEIS

Os materiais que deverão sempre estar disponíveis em um laboratório de preservação de acervos, em abundância, são esponjas e toalhas de papel, para o caso de acidentes com água ou outros líquidos. São recursos caseiros e alternativos mas, certamente, funcionarão bem numa emergência.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

MATERIAL À MÃO!

Antes de começar um trabalho de limpeza ou conserto de um livro ou documento, cuide pra estar com o material que vai usar, à mão, para não precisar interromper o procedimento durante sua execução.

domingo, 18 de abril de 2010

FICHA DE ANÁLISE OU DIAGNÓSTICO

O diagnóstico fornece uma visão global do estado de conservação do acervo, indicando os danos mais freqüentes e propiciando subsídios para o estabelecimento de uma política de observação voltada ao atendimento das prioridades, com soluções específicas.
A ficha diagnóstico é um excelente auxílio, pois simplifica o registro dos danos e permite identificar os males mais freqüentes no acervo. É importante que ela contenha o número do documento e a coleção a que pertence para que seja possível a sua localização posterior.

Fonte de referência: BECK, Ingrid. Manual de conservação de documentos. Publicações Técnicas 42, Ministério da Justiça, Arquivo Nacional. Rio de Janeiro, 1985.

ITENS DA FICHA DIAGNÓSTICO

1- Ficha nº
2- Entrada
3- Nº de registro-
4- Autor
5- Título
6- Editora
7- Proprietário
8- Telefone
9-Análise ou diagnóstico
10- Tratamento
11-Resultado
12- Observações
13- Saída
14- Preço

COLA CMC ou METILAM

A cola CMC ou Metilam é feita de carboximetilcelulose, que é uma substância sintética e sua utilidade é muito grande na área de consertos e restauração. Seu uso é muito abrangente, ela cola, descola, revitaliza e limpa o papel. Quando da sua fabricação não pode ser aspirada, pois é tóxica. O CMC é vendido em lojas de produtos químicos e sua aparência é um pó fino e quase branco. Também é utilizada em indústrias variadas, como a de alimentação, por exemplo, e outras .
Modo de fazer:
40 gramas de cmc
½ litro de água, para uma cola mais densa

20 gramas de cmc
½ litro de água para uma cola menos densa.



Colocar o cmc numa vasilha de vidro e aos poucos ir colocando a água que deve estar a mais ou menos 60 graus ou quente a ponto de se conseguir tocar sem queimar. Vai mexendo devagar com um bastão de vidro até desmancharem quase que totalmente as bolas que vão se formando. Deixar descansar por 24 horas. Estará pronta para o uso. Mexa mais um pouco. Você vai ter uma cola bem pastosa que deve ser guardada na geladeira ou em lugar arejado. Conforme a necessidade ela pode ser diluída com água, para cremosa, média e bem líquida.

PEQUENOS REPAROS II





3- reconstituição da lombada , quando os livros encadernados estão com a capa e as folhas de guarda em bom estado, apenas sem a parte da lombada. Nesse caso precisamos de alguns materiais como: tesoura ou estilete, régua , lápis, cola mista, cartolina e revestimento sintético.























sábado, 17 de abril de 2010

PEQUENOS REPAROS

Na execução de emendas e/ou reparos em geral o mais importante é observar que as fibras do suporte original( o livro ou documento que será consertado) e do papel que será utilizado para esse fim estão direcionadas no mesmo sentido e se as características de textura, cor e espessura do papel escolhido as adaptam.


Há algumas situações a considerar no que concerne á reconstituição manual de um suporte original, tais como:


1- rasgos de folhas, preparar a área danificada acamando a fibra do papel de ambos os lados e em toda a extensão do rasgo, utilizando-se um pincel seco e uma pequena dobradeira(espátula).
Preparar uma tira de papel japonês adotando uma medida maior no mínimo 5mm dos bordos dos rasgos, alisando bem suas fibras, com a espátula, dos dois lados e aplica-la, já com a cola metilcelulose( metilam ) sobre as partes unidas do mesmo pelo verso da folha. Utilizando uma espátula de osso e um pedaço de voil (tecido fininho, de cortina) e de um mata borrão ( ou outro papel absorvente), proceder a planificação do remendo. Deixar secar a folha remendada entre um sanduíche de voile, mata borrão e placa de vidro e sobre esta colocar alguns pesos, caso tenha uma prensa, proceda da mesma forma, substituindo as placas de vidro por placas de eucatex forradas de fórmica.


2- folhas com perda de área (faltando um pedaço), se deve, como foi explicado no caso anterior, observar todas as características do suporte original e do papel escolhido para o enxerto. Em seguida tira-se um molde com papel transparente (papel vegetal ou de seda) da área a ser completada, excedendo, no mínimo, 5mm sobre o limite da falha. Com o bisturi, desbasta-se a área excedente da área do dano no suporte original e no papel que será utilizado em seu preenchimento, concluir a reconstituição com cola metilcelulose. Concluir a operação com a fixação de um reforço de papel japonês pelo verso da área tratada. Para execução do processo de planificação e secagem da área reconstituída, utilizar o mesmo material e método exposto no caso anterior.


Sempre que se efetuar qualquer tipo de reconstituição em livros ou documentos, deve-se ter certeza da completa execução da operação, antes de devolve-lo aos locais de guarda.




Fonte de referência usada para o item Pequenos Reparos:
SPINELLI, Jayme. Introdução à Conservação de Acervos Bibliográficos, Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

INTRODUÇÃO ÁS INTERVENÇÕES

Além de elementos, materiais, produtos químicos e equipamentos usados para restauração e conserto de livros nos laboratórios profissionais, existem algumas técnicas de limpeza, conserto e reparo de livros que são mais alternativos ou até “caseiros”, mas que também requerem uma análise prévia do documento. Sendo assim, podemos observar as mesmas etapas que seguem os laboratórios profissionais de entidades públicas e privadas.

De acordo com o diagnóstico é elaborado um plano de ações a serem tomadas e os consertos necessários para que o livro seja colocado novamente em uso e a disposição do usuário.

Etapas a serem desenvolvidas:
- análise ou diagnóstico,
- elaboração de uma ficha de análise

Dentre esses métodos mais simples de recuperação e limpeza de livros podemos citar
- limpeza simples
- limpeza mecânica
- pequenos reparos

A IMPORTANCIA DA PRESERVAÇAO - PARTE II


É necessário, a princípio, falar das qualificações e preparo das pessoas ou equipe que vai desenvolver esse trabalho. Existem cursos especializados de restauração, conserto, recuperação e preservação de bens móveis, dentre eles os livros. Quem for trabalhar nessa área precisa ter feito um curso ou ter orientação de alguém devidamente qualificado. Mas, se você é habilidosa, sensível e gosta muito dos seus livros, com as dicas que vão ser mostradas aqui, é possível você fazer os reparos mais simples que sua biblioteca precisa.

Conceito:Recuperação, concerto ou reparo é uma intervenção simples, com ações estabilizadoras, sempre respeitando a integridade do documento, interferindo o menos possível, apenas recuperando sua integridade física, sempre respeitando a reversibilidade.

Todo o produto que for irreversível não serve para restauração ou conserto, porque impedirá que no futuro possa ser removido para que sofra uma nova intervenção mais eficaz. Além disso, quando o produto é irreverssível o erro também o será.
Antes de se iniciar qualquer tratamento é muito importante reconhecer e avaliar o material. Assim será possível determinar o tratamento a ser feito, com a segurança necessária. É importante que para cada peça a ser consertada seja feita uma ficha com suas características gerais, o tipo de problema que tem e no decorrer do trabalho ir anotando o que foi feito até o resultado final. Também é importante a fotografia, deve mostrar a obra antes de iniciar o trabalho de conserto e como ficou depois dele terminado, é a tão conhecida foto do “antes e depois”.




Imagens do livro "As Lusíadas" (edição do ano de 1879), restaurado em 1993, por Beth Carriconde (trabalho realizado na Escola Artesanal Arte do Livro).

segunda-feira, 12 de abril de 2010

LIMPEZA SIMPLES



Para a limpeza simples precisamos de um pincel chato e largo( mais ou menos uns 5 cm. ), máscara de tecido, luvas cirúrgicas e muita paciência, pois além de passar delicadamente a trincha na lombada, cabeça, frente e pé do livro(vide figura 1), temos que passa-la na capas e nas 10 ou 20 primeiras e últimas folhas, caso esteja muito sujo de pó é bom passar a trincha em todo o livro, abrindo bem as folhas, de modo a alcançar também a mediatriz ( lugar junto a lombada do livro, onde está a sua costura - vide figura 2), sempre fazendo o movimento de dentro para fora, ou do lado que está junto a nós para fora, de modo que os resíduos sempre sejam jogados para longe de nós, evitando qualquer contaminação. Depois de terminada essa limpeza o lugar onde ela foi feita deve ser limpo, assim como o pincel usado deve ser lavado, para evitar também contaminação em outros livros onde será usado.

A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO


Vivemos em nosso país e em várias partes do mundo, um momento onde a frase: “preservação do patrimônio” se tornou permanente em todos os níveis culturais, como uma reação à uma época de destruição e perda patrimoniais sem paralelo em nossa história.O patrimônio não deve ser considerado como “um corpo embalsamado”. Existe e o ajudamos a sobreviver para fins funcionais, estimulando a imaginação e a forma de pensamento das próximas gerações. Liga passado e presente das comunicações nacionais e internacionais. Sem sua presença e seu efeito a dinâmica cultural seria inexplicável, sem metas, irreal. Vista deste ângulo a conservação é uma atividade criadora e fundamental dentro de uma Política Cultural.



Em uma época em que poucos se preocupam com o legado de sua memória às gerações futuras por meio da preservação do patrimônio histórico e cultural, as palavras: restauração, preservação, conservação e conserto possuem um significado ainda muito obscuro. Preocupados com a compreensão desses conceitos por uma parcela cada vez maior da população, alguns restauradores profissionais, atuando em ateliers particulares e em órgãos públicos como museus, arquivos e bibliotecas, são unânimes em afirmar que restauração, preservação e conservação são antes de tudo, uma questão de consciência, educação e competência, além da implantação de políticas públicas adequadas.Partindo dessa realidade, este blog visa dar uma amostra simples e básica de “como fazer” o conserto ou reparo de um dos nossos patrimônios- o livro.